Crash é um romance escrito pelo autor britânico J.G. Ballard, publicado em 1973. A história gira em torno de um grupo de pessoas que se envolvem em acidentes de carro deliberadamente, em busca de uma experiência erótica e quase transcendental. O protagonista, James Ballard, é um escritor de cinema que se envolve em uma rede secreta de pessoas que se excitam com o choque de metal e a dor causada pelos acidentes.

O livro é escrito em um estilo frio e contemplativo, com descrições precisas dos acidentes de carros e das cicatrizes físicas e emocionais deixadas nos personagens. Para alguns críticos, os detalhes mórbidos no livro podem ser perturbadores e difíceis de ler.

Além da obsessão com acidentes de carro, Crash também aborda temas como fetichismo, voyeurismo e sadomasoquismo. Os personagens se tornam cada vez mais envolvidos em seus desejos perigosos, levando a confrontos violentos e perturbadores.

Embora muitos possam ver o livro como um estudo sobre desvios sexuais e comportamentos extremos, outros veem Crash como uma crítica à sociedade ocidental e suas obsessões com a tecnologia e a violência. Ballard argumenta que a tecnologia moderna, os carros em particular, oferecem uma ilusão de controle e segurança, que é subvertida por acidentes que são, muitas vezes, imprevisíveis e malignos. Isso leva os personagens a buscarem sensações mais extremas e perigosas, em busca de uma forma de transcendência.

Apesar da infâmia do romance, Crash teve influência significativa na literatura contemporânea e em outras formas de arte, como cinema e música. O diretor canadense David Cronenberg dirigiu um filme baseado no livro em 1996, colocando em evidência as questões controversas da obra.

Ainda hoje, Crash é considerado por muitos como uma obra de arte corajosa e original, que desafia o público a reconsiderar suas noções de moralidade, sexo e identidade. Para apreciadores de literatura transgressiva e filosofia moderna, Crash permanece um clássico imperdível.